Matéria publicada em minha coluna no Jornal Folha de Campinas.
Alguma vez você já ficou triste ou irritado, após ter recebido uma crítica? Já deixou de realizar algo, porque alguém falou que aquilo era ridículo?
Penso que todos nós, já passamos por algumas dessas situações.
A maneira como costumamos interpretar as críticas que recebemos está muito relacionada à nossa autoestima (por isso precisamos cuidar dela!).
Sentimentos de insegurança ou de inferioridade, geralmente vão sendo construídos desde a infância. Para superá-los é fundamental focarmos no autoconhecimento e aprendermos a reconhecer as nossas qualidades.
Críticas podem ser construtivas ou destrutivas. A construtiva é quando a pessoa dá uma opinião com intenção genuína de ajudar, mesmo que nem sempre a sua opinião seja válida em determinadas situações.
Dependendo do tom da crítica ou de como nós a recebemos, podemos ficar um pouco chateados no início. Mas, na maior parte das vezes, acabamos refletindo, e percebemos que ela pode ter um fundo de verdade, e quando isso acontece, temos a oportunidade de fazer mudanças e conseguir melhores resultados, naquilo que estamos buscando.
A crítica é importante para o nosso desenvolvimento, é preciso ter humildade para ouvi-la, afinal, somos seres em constante evolução.
Por outro lado, existe também aquele tipo de crítica que não acrescenta nada, é quando a pessoa diz: “isso não vale a pena” ou “isso não faz sentido”. Neste caso, a pessoa não acrescentou nada. Podemos respeitar a opinião dela, mas se ela não propôs nada novo ou nenhuma reflexão, não vale a pena gastar a nossa energia nos preocupando com NADA.
Já, as críticas negativas são aquelas que vêm carregadas de “veneno”. É quando a pessoa fala com a intenção de nos desestabilizar. Podem ser indiretas, sutis ou diretas: “que cabelo ridículo, que corte é esse?”, “como você é burro!”
Pessoas mal resolvidas adoram “detonar” com a nossa autoestima. Mas, não precisamos absorver a energia negativa dela. Se você tem um “amigo” desse tipo e ele te critica sempre que você faz algo que não dá certo, responda com um sorriso, (mesmo que forçado) dizendo: “pois é, assim somos nós, os humanos, um dia a gente erra, mas em outro a gente acerta” e afaste-se dele! Aos poucos, ele vai se cansar.
É bom lembrar que as críticas, construtivas ou destrutivas, dizem muito sobre a pessoa que as emite. É interessante observar que ambos os tipos de crítica podem nos trazer aprendizados. Na melhor das hipóteses, o lado positivo da crítica negativa, é que ela nos oferece a possibilidade de aprendermos a não nos afetar tanto com a opinião dos outros, o que nos permite seguir confiantes em nossa vida.
Existem também os “críticos aproveitadores”, os chantagistas emocionais. Suas maiores vítimas são as pessoas que têm dificuldade de dizer, NÃO! Você conhece aquela história do filho que diz para a mãe que ela é uma megera, porque não quer lhe dar o dinheiro para sair? Do marido que diz que a esposa é reprimida, porque ela não realiza todas as suas fantasias ou vice-versa? E assim vai…
Ter a consciência de que não viemos ao mundo para satisfazer a todas as necessidades alheias, pode ajudar bastante àqueles que têm dificuldade de se posicionar, na hora de dizer, NÃO!
E finalmente, precisamos tomar cuidado com o nosso maior crítico, nós mesmos. Pessoas que têm baixa autoestima costumam ter sentimentos de inadequação, geralmente evitam expor-se diante de desafios da vida, porque imaginam que os outros vão sempre criticá-las. Com essa atitude, elas acabam perdendo oportunidades de crescimento pessoal. Um processo terapêutico bem orientado poderá ajudá-las a lidar com seus sentimentos, superar crenças negativas e fortalecer o sentimento de valia.
Carmen Janssen