18/04/2012
Em 2009, o Ministério da Saúde divulgou um estudo no lançamento da PNAISH – Política
Nacional de Atenção Integrada à Saúde do Homem, indicando que os homens vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres. Paradoxalmente, o “sexo frágil” vive mais e com mais qualidade de vida. E por que será?
Simples, eles se cuidam menos do que as mulheres, fumam mais, bebem mais, ingerem em demasia alimentos com alto teor de gordura animal, não fazem acompanhamento médico regular e a maioria, leva uma vida sedentária. Isso sem falar da violência urbana, que é um fator de grande importância na mortalidade do sexo masculino.
Homens não valorizam a vida, eles não acreditam que podem ficar doentes, mas ficam! E a falta de informação e o preconceito contribuem bastante para isso.
Muita gente não sabe, mas quando o garoto entra na puberdade, ele deve ser levado ao urologista para fazer exames preventivos, nos quais o médico avalia, além da saúde geral, a formação e a posição dos testículos. O acompanhamento também é importante para preservar a capacidade reprodutiva do adolescente. Existem urologistas que são especialistas em atendimento de crianças e adolescentes.
Nessa fase, o jovem também passa por muitas dúvidas sobre seu corpo e sua sexualidade, as mudanças corporais costumam gerar insegurança, timidez e angústia. É responsabilidade dos pais se manterem informados e preparados para ajudá-lo em seu desenvolvimento, pois a educação deve começar em casa. Contudo, o pai deve ter atitudes coerentes e dar o exemplo, cuidando da própria saúde.
Vale ressaltar que a partir dos 45 anos, o homem deve fazer exames anuais para o diagnóstico precoce de doenças relacionadas à próstata. Aqueles que têm histórico da doença na família, principalmente pai, irmãos, devem começar aos 40.
De acordo com o INCA – Instituto Nacional de Câncer, o câncer de próstata representa mais de 40% dos tumores que atingem os homens com mais de 50 anos. Mas, quando a doença é diagnosticada no início, tem grande chance de ser eliminada. Segundo especialistas, hoje já existem exames que podem sugerir o diagnóstico antes mesmo da sua manifestação.
Em pleno século XXI e com tanta tecnologia, não se justifica mais a ignorância, principalmente para aqueles que têm acesso à informação. É preciso ter autoestima e levar a sua saúde a sério, fazendo os exames periódicos preventivos e levando uma vida saudável. Vale ressaltar, que a consulta é muito rápida.
Infelizmente o preconceito ainda mantém muitos homens longe dos consultórios. Se este for o seu caso, está na hora de rever os seus valores.
Outro problema que atinge com mais frequência os homens que têm mais de 60 anos, é a hiperplasia prostática benigna – HPB (crescimento exagerado de uma das regiões da próstata) que pode comprimir a via urinária e dificultar ou até impedir a passagem da urina, desencadeando infecções e outros problemas muito sérios.
E o que falar dos problemas sexuais? Muitos homens sofrem anos com problemas de ereção ou ejaculação precoce, mas essas disfunções podem ser tratadas. A vergonha, o descrédito nos tratamentos ou o preconceito, os mantêm em silêncio e eles quase não falam sobre esse assunto. De acordo com pesquisas, cerca de 50% dos brasileiros acima de 40 anos apresentam algum grau de dificuldade de ereção, mas somente 10% deles procuram tratamento urológico.
Será que vale a pena ficar sofrendo? Claro que não, ao sinal de qualquer problema, marque uma consulta com o urologista, lembrando que, em muitos casos, a questão não é orgânica, não havendo a necessidade de medicação. Fatores ambientais e psicológicos, como por exemplo, estresse, ansiedade, problemas de relacionamento, podem ser os responsáveis por essas dificuldades. Se for o caso, converse com seu médico e considere a possibilidade de uma consulta com um terapeuta sexual, psicólogo especializado em sexualidade.
Por isso rapazes, tenham uma atitude inteligente, nada de se automedicar com pílulas para ereção, pois todo remédio tem efeitos colaterais. Lembre sempre que a disfunção erétil (dificuldade de ter ou manter a ereção), pode ser indicadora de várias doenças (neurológicas, cardiovasculares, urológicas, colesterol alto, obesidade, entre tantas outras) que devem ser tratadas pelo médico especialista nessas áreas e jamais com automedicação, que geralmente é inadequada e só vai piorar o problema.
Tenha em mente que boa saúde sexual e longevidade, dependem muito do seu comportamento, ou seja, do modo como você leva a sua vida. Lembre-se, com a idade a quantidade das relações sexuais pode até diminuir, mas se você estiver saudável e souber desfrutar com maturidade, dos prazeres que o erotismo pode lhe proporcionar, viverá com muito mais qualidade a sua sexualidade.
Você decide, cuidar-se vale a pena ou não?
Carmen Janssen
*Matéria publicada em minha coluna no Jornal Folha de Campinas em outubro/2011.